A Doença Arterial Coronariana (DAC) vem sendo apontada por pesquisas como a principal causa de morte no mundo todo, tendo um grande impacto na sociedade. Ela nada mais é que a consequência da obstrução das artérias coronárias – os vasos sanguíneos que irrigam o músculo do coração. A causa mais comum é o acúmulo de placas. Isso faz com que as artérias coronárias se estreitam, limitando o fluxo sanguíneo para o coração.
Um estudo bastante aguardado pela comunidade médica acaba de ser publicado no The New England Journal of Medicine, intitulado “ISCHEMIA – International Study Of Comparative Health Effectiveness With Medical And Invasive Approach”. A tese avalia a abordagem invasiva versus o tratamento clínico para pacientes portadores da doença arterial coronariana estável.
O estudo analisou 5179 pacientes, divididos em 2 grupos; o grupo de tratamento invasivo, com 2588 pacientes recebeu o tratamento com angioplastia ou cirurgia de ponte de safena; o outro grupo chamado de grupo tratamento conservador, com 2591 pacientes, recebeu o tratamento com remédios (terapia medicamentosa).
Foram selecionados para análise pacientes que apresentaram isquemia moderada a severa em um teste provocativo de stress, realizado através de cintilografia miocárdica ou de eco stress ou de ressonância nuclear magnética. O tempo de acompanhamento desses pacientes foi de aproximadamente 3,3 anos. 50% desses pacientes tinham episódios de angina de peito.
Segundo o estudo, constatou-se casos de morte cardíaca ou infarto do miocárdio nos dois grupos estudados. Portanto, a terapia com angioplastia ou com cirurgia de ponte de safena (grupo tratamento invasivo) não reduziu a mortalidade cardíaca quando relacionada com o tratamento medicamentoso (grupo tratamento conservador). A conclusão final foi que o tratamento clínico é igualmente efetivo a revascularização, porém a última deve ser reservada apenas a um subgrupo de pacientes que não obtiveram resultados com a medicação.
Para o Cardiologista e Coordenador dos cursos do FGMED, Professor Doutor Renato Kaufman, a conclusão já era esperada: “O ISCHEMIA vem para comprovar exatamente que já vínhamos discutindo a alguns anos, que no paciente com doença arterial coronariana estável, o tratamento clínico isolado não altera negativamente o impacto em relação a mortalidade comparativamente com o tratamento da revascularização miocárdica, devendo esse ser reservado em pacientes específicos, como lesão de tronco e em pacientes que se mantém sintomáticos apesar do tratamento clínico otimizado”.
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