Genéricos: vencendo a resistência do paciente

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Por que alguns pacientes ainda resistem aos genéricos?

Milhares de brasileiros completam terapias graças aos medicamentos genéricos, mas uma parcela de pacientes ainda reage com desconfiança quando o médico sugere a troca do fármaco de referência.

Levantamento de 2025 da PróGenéricos, baseado no painel IQVIA, indica que 92,7% dos consumidores aceitam substituir a marca pelo genérico e 93% declaram confiar nesses produtos. Mesmo assim, cerca de 7% permanecem resistentes, o que pode afetar adesão, eficácia clínica e custos globais do cuidado.

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Quais são as objeções mais comuns dos pacientes?

1. Medo de perda de eficácia

Muitos pacientes acreditam que o medicamento genérico “não faz o mesmo efeito”.

2. Confusão com medicamentos similares

Alguns ainda confundem os genéricos com similares ou medicamentos de baixo custo vendidos em farmácias populares.

3. Desconfiança por causa do preço

Existe a percepção de que um medicamento mais barato é necessariamente inferior.

4. Dificuldade de identificação

Alterações no formato, cor ou embalagem podem causar insegurança, especialmente em idosos ou pacientes com polifarmácia.

O papel do médico na orientação segura

O médico é a principal fonte de confiança do paciente. Por isso, é fundamental:

  • Explicar que o medicamento genérico precisa, por lei, apresentar bioequivalência com o de referência (entre 80% e 125% da biodisponibilidade).

  • Informar que todos os genéricos são aprovados pela Anvisa e passam por rigorosos testes de qualidade, segurança e eficácia.

  • Ressaltar que o genérico, por obrigação legal, deve custar no mínimo 35% a menos que o de referência.

Estratégias de comunicação para vencer a resistência

1. Escute a objeção com atenção

Deixe o paciente explicar suas experiências ou dúvidas.

2. Valide o sentimento

Demonstre empatia: “Entendo seu receio de mudar agora”.

3. Apresente evidências simples e diretas

Mostre o selo “G”, explique o que significa bioequivalência e reforce o rigor da aprovação.

4. Associe a economia a um benefício prático

Destaque o quanto o paciente pode economizar por mês e como isso pode ajudar na continuidade do tratamento.

Dicas práticas para aumentar a adesão

  • Ofereça materiais explicativos sobre genéricos (digitais ou impressos).

  • Indique aplicativos de lembrete de medicação, especialmente em casos de uso contínuo.

  • Envolva o farmacêutico de confiança do paciente para reforço das orientações.

  • Programe um retorno rápido para avaliar resposta e fortalecer a confiança.

Genéricos também beneficiam a organização do consultório

A adesão ao tratamento melhora com medicamentos mais acessíveis, e isso impacta positivamente:

  • Menor número de retornos não planejados por falha terapêutica.

  • Mais controle clínico em doenças crônicas.

  • Melhor aproveitamento dos recursos financeiros do paciente, que pode investir em consultas, exames e outros cuidados.

Segundo a PróGenéricos, os medicamentos genéricos já geraram uma economia acumulada de mais de R$ 341 bilhões ao sistema de saúde e aos consumidores desde 2000.

Fique atento à farmacovigilância

Sempre que houver relato de ineficácia ou evento adverso com genéricos, o médico deve notificar os canais oficiais. Isso reforça a credibilidade profissional e contribui para a melhoria contínua da segurança sanitária no país.

Conclusão

A resistência de alguns pacientes aos genéricos ainda existe, mas pode ser superada com informação clara, escuta ativa e acompanhamento próximo. O médico tem um papel estratégico em transformar desconfiança em adesão — e assim garantir mais acesso, continuidade e sucesso terapêutico para todos.

Fontes:

  1. PróGenéricos. Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares. Disponível em: https://progenericos.org.br/. Acesso em: maio de 2025.

  2. IQVIA Brasil. Relatórios do mercado farmacêutico brasileiro. Disponível em: https://www.iqvia.com/locations/brazil. Acesso em: maio de 2025.

  3. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Portal oficial da Anvisa. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br. Acesso em: maio de 2025.

  4. Brasil. Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999. Dispõe sobre a vigilância sanitária de medicamentos, institui o medicamento genérico, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9787.htm. Acesso em: maio de 2025.

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