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Setembro Amarelo: A luta silenciosa dos médicos e estudantes de medicina contra o suicídio.

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Setembro é o mês de conscientização sobre a prevenção do suicídio, e é quando a campanha Setembro Amarelo ganha destaque em todo o mundo. Momento importante para abordar um tema que muitas vezes permanece nas sombras: o suicídio entre médicos e estudantes de medicina. 

Considerado um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio está entre as dez principais causas de morte no mundo e ocupa a segunda posição na população entre 15 e 34 anos.

Nos últimos 45 anos, a taxa de mortalidade por suicídio aumentou 60% e os maiores coeficientes de suicídio migraram da faixa mais idosa para as faixas mais jovens.

No Brasil a taxa de mortalidade por suicídio em jovens e adolescentes aumentou cerca de 30% nos últimos 25 anos. 

Este número coloca o Brasil na lista dos dez países com as taxas mais altas de suicídios no mundo! 

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Dados impressionantes!

A taxa de suicídio é superior entre médicos e estudantes de medicina em comparação a estudantes e profissionais de outras áreas, chegando a ser cinco vezes maior que da população geral. A ideação suicida está presente em 9% dos estudantes e residentes de medicina e 72% desses evoluem para uma tentativa real de suicídio. 90% das tentativas bem-sucedidas está ligada a pré-existência de transtornos mentais.

Um estudo brasileiro realizado em Uberlândia identificou que 79% dos alunos apresentaram algum sintoma depressivo, sendo 29% com grau leve, 31% moderado e 19,25% grave estando diretamente associado ao fenômeno do suicídio. Os principais fatores de risco encontrados nesta população foram a grande carga de trabalho, privação de sono, dificuldade com os pacientes, ambientes insalubres, preocupações financeiras e sobrecarga de informações.

Uma revisão sistemática sobre o tema levantou ainda outros preditores do risco de suicídio na população médica: falta de controle sobre as situações, dependência financeira em idade avançada, pressão por altos rendimentos nos estudos, intensa atividade intelectual, medos e problemas de identidade pessoal com a profissão, abuso de substâncias e sofrimento mental – especialmente depressão e ansiedade.

Na Alemanha uma pesquisa um pouco mais antiga, de 2006, apontou que as ideações e comportamentos suicidas são fundamentados nas dificuldades que os médicos têm de corresponder à representação social, simbolizada pelo comportamento de equilíbrio, de ajuda e de disponibilidade. Essa expectativa colabora com a dificuldade que esses profissionais identifiquem seus próprios problemas emocionais e, consequentemente, na solicitação de ajuda aos colegas e nas intervenções médicas necessárias ao seu tratamento.

Existe um número restrito de estudos sobre esse assunto devido ao tabu relacionado ao tema. Desde o início da vida acadêmica, você enquanto estudante de medicina aprende a ver a morte como sua maior adversária o que dificulta o debate e a exposição de profissionais. Mesmo com dados alarmantes e superiores aos da população geral, foram ainda encontrados registros de subnotificações das mortes por suicídio na área médica que podem ser compreendidas como uma forma de proteção para evitar exposição do colega suicida.

 

Prevenção e diagnóstico

Entretanto, é possível a prevenção do suicídio. Os estudos sobre a ideação suicida em médicos e estudantes de Medicina estão elucidando as causas, influências sociais, processos cognitivos e de tomada de decisão de finalizar a própria vida. As formas de intervenção consistem no diagnóstico e tratamento dos transtornos psicológicos presentes na população e uma mudança no processo de formação médica que valorize e destaque as habilidades sociais e emocionais a fim de contribuir com o bem-estar do profissional no seu ofício.

 

Os fatores de risco de suicídio entre médicos incluem:

  • Condições de trabalho precárias e serviço estressante;
  • Privação de sono;
  • Perda de contatos sociais;
  • Acesso fácil a medicamentos;
  • Falta de apoio social e profissional;
  • Excesso de responsabilidade e carga de trabalho;
  • Problemas pessoais e familiares;
  • Uso de álcool e drogas.

 

Alguns sinais de alerta que podem indicar risco de suicídio entre médicos são:

  • Alterações repentinas de humor;
  • Isolamento social;
  • Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas;
  • Aumento do consumo de álcool ou drogas;
  • Comentários sobre morte ou suicídio;
  • Agressividade ou irritabilidade;
  • Falta de motivação e energia;
  • Dificuldade de concentração;
  • Negligência com a aparência e higiene pessoal;
  • Atrasos e faltas no trabalho.

 

É importante ressaltar que todos esses fatores listados não são exclusivos dos médicos e podem afetar qualquer pessoa. No entanto, a combinação desses fatores com o estresse e as demandas da profissão médica pode aumentar o risco de suicídio entre os médicos. É fundamental que os médicos tenham acesso a recursos de apoio e tratamento para problemas de saúde mental e que haja uma mudança na cultura da profissão para reduzir o estigma associado às doenças mentais e promover um ambiente de trabalho mais saudável e equilibrado.

 

O Impacto da Pandemia

Não podemos esquecer que recentemente vivemos uma pandemia, fato histórico que afetou diretamente a vida de todos, principalmente a de médicos e de todos que convivem diariamente na área médica. A pandemia da COVID-19 teve um impacto significativo na saúde mental dos médicos, agravando fatores de risco preexistentes. Portanto, atualmente é ainda mais crucial que medidas sejam tomadas para apoiar a saúde mental dos médicos.

 

Como as instituições de saúde podem apoiar a saúde mental dos médicos 

As instituições de saúde desempenham um papel crucial na campanha Setembro Amarelo e consequentemente na prevenção do suicídio entre médicos. Elas podem oferecer programas de treinamento em saúde mental, recursos de apoio emocional, promover um ambiente de trabalho saudável e equilibrado, reduzir o estigma associado a doenças mentais e disponibilizar recursos de prevenção e tratamento de transtornos.

É essencial que as direções de hospitais, clínicas e demais instituições de saúde estejam atentas às necessidades de saúde mental dos médicos e promovam um ambiente onde eles possam buscar ajuda sem medo de represálias. A prevenção do suicídio entre médicos não é apenas uma questão de identificar os sinais de alerta e buscar ajuda, mas também de transformar a cultura da profissão e promover o bem-estar emocional.

 

Maneiras de apoiar a saúde mental dos médicos:

  • Oferecer programas de treinamento em saúde mental para médicos, incluindo a identificação de sinais de alerta de suicídio e o manejo de transtornos mentais;

 

  • Disponibilizar recursos de apoio emocional, como aconselhamento, terapia, e medicamentos para médicos que estejam passando por dificuldades;

 

  • Promover um ambiente de trabalho saudável e equilibrado, com horários de trabalho razoáveis e suporte emocional e profissional adequado;

 

  • Reduzir o estigma associado a doenças mentais e promover a cultura de cuidado e prevenção em saúde mental;

 

  • Estabelecer políticas de prevenção do suicídio e promovendo ações de conscientização e educação sobre o tema;

 

  • Oferecer suporte financeiro e jurídico para médicos que estejam passando por dificuldades financeiras ou profissionais.

 

É importante que as instituições de saúde estejam atentas às necessidades de saúde mental dos médicos e que haja um esforço coletivo para promover um ambiente de trabalho saudável e equilibrado. 

 

Que o Setembro Amarelo seja um mês de esperança, prevenção e apoio para todos!

Promover um ambiente mais saudável para aqueles que cuidam de nossa saúde é fundamental. Aqui na FGMED, acreditamos que cuidar daqueles que cuidam de nós é uma responsabilidade que todos enquanto sociedade compartilhamos.

 

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As especializações FGMED são reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). A formação de especialista será concedida após aprovação na prova de título. 

Além disso, é necessário que o médico preencha todos os pré-requisitos exigidos pela sociedade brasileira da especialidade em questão.

Informe-se sobre todas as condições diretamente com um consultor. Preencha o formulário abaixo ou entre em contato diretamente com um consultor via WhatsApp

Veja também: Médicos cuidam da própria saúde? Um olhar sobre o autocuidado entre os profissionais da saúde.

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