O transplante cardíaco é um procedimento cirúrgico extremamente complexo, um recurso para pacientes com insuficiência cardíaca grave, que não respondem a outros tratamentos.
Nos últimos anos, houve avanços significativos nos transplantes de coração. As taxas de sobrevivência e qualidade de vida dos pacientes transplantados também melhoraram significativamente.
De acordo com dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 26 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas por insuficiência cardíaca. Neste cenário, os transplantes cardíacos emergem como uma luz no fim do túnel, oferecendo uma chance renovada de vida. Neste artigo, exploraremos os últimos desenvolvimentos nos transplantes de coração, com ênfase nos cuidados cruciais necessários para pacientes transplantados.
Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) sobre transplantes mostram que, no primeiro semestre de 2023, foram realizados 208 transplantes de coração no Brasil. O órgão foi o terceiro órgão mais transplantado, atrás de rim (2.847) e fígado (1.103).
Entre janeiro e junho deste ano, o Brasil registrou 6.793 potenciais doadores e 1.930 doadores efetivos, doador que passou por todos os testes de confirmação de morte encefálica, elegibilidade de doação (testes imunológicos e sorológicos) e tem autorização familiar.
Caso David Bennett
David Bennett, de 57 anos, primeira pessoa a ser transplantada com o coração de um porco geneticamente modificado, morreu após contrair um vírus suíno, o porcine cytomegalovirus, segundo informou o médico da Universidade de Maryland, nos EUA, Bartley Griffith, responsável por realizar o transplante inédito. Bennett morreu dois meses depois de receber o coração do suíno. Segundo o cirurgião, o vírus causou uma infecção que provocou a morte do paciente.
O porco usado no transplante foi submetido a um procedimento para modificar geneticamente seu coração a fim de se tornar compatível para o homem. O órgão permaneceu em uma máquina até a realização do transplante.
Os porcos são considerados “doadores ideais” devido ao tamanho de seus órgãos quando comparados com os dos humanos. Hoje em dia, as válvulas cardíacas desses mamíferos já são utilizadas em pessoas, bem como a pele de suíno é usada na técnica de enxertia em pacientes que sofrem com queimaduras.
A possibilidade de usar órgãos de animais para o chamado xenotransplante para atender a crescente demanda vem sendo considerada há muito tempo, e o uso de válvulas cardíacas de porco já é comum na medicina.
Xenotransplante
Xenotransplante é qualquer procedimento que envolve a transplantação, implantação ou infusão em um receptor humano de células, tecidos ou órgãos de fonte animal não humana, ou de fluidos corporais, células, tecidos ou órgãos humanos que tiveram contato ex vivo com células, tecidos ou órgãos animais não humanos.
Xenotransplantes poderiam salvar milhares de pacientes que aguardam por um transplante, e a falta de órgãos disponíveis e a constante batalha para evitar a rejeição de aloenxertos têm impulsionado o ressurgimento dessa prática.
Além disso, evidências recentes sugerem que o transplante de células e tecidos pode ser terapêutico para certas doenças, como distúrbios neurodegenerativos e diabetes, onde materiais humanos geralmente não estão disponíveis.
A xenotransplantação é uma opção experimental e só é permitida em casos extremamente raros e graves!
Cuidados com pacientes transplantados
Embora o transplante cardíaco possa oferecer a esperança de uma nova vida, a jornada pós-cirúrgica é crucial para garantir resultados bem-sucedidos a longo prazo.
Cuidados fundamentais que os médicos devem observar ao lidar com pacientes transplantados:
- Medicação imunossupressora: Os medicamentos imunossupressores ajudam a prevenir a rejeição do coração transplantado.
- Exames de acompanhamento: É necessário fazer exames de acompanhamento regulares para monitorar a saúde do coração transplantado.
- Estilo de vida e saúde mental: Os pacientes transplantados podem precisar fazer modificações no estilo de vida, como evitar fumar e beber álcool, além de aconselhamento psicológico para ajudar a enfrentar os desafios emocionais associados à cirurgia.
Os avanços nos transplantes de coração tornaram esse procedimento uma opção de tratamento mais eficaz e segura para pacientes com insuficiência cardíaca grave e você precisa estar atualizado sobre esses avanços para fornecer aos seus pacientes o melhor cuidado possível e garantir o sucesso contínuo pós-transplante.
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